O mercado de motos usadas e zero-km vive um momento histórico no Brasil.
Em 2025, as motocicletas alcançaram 43,7% de participação nos emplacamentos de veículos no país, um salto que consolida o segmento de duas rodas como protagonista da mobilidade e do trabalho urbano.
O dado é da Fenabrave e mostra como a demanda por praticidade, economia e acesso ao crédito (inclusive via consórcio) segue aquecendo o mercado.
Continue lendo este artigo para entender mais sobre o assunto!
Participação recorde: o que significa 43,7%
Quando dizemos que as motos detêm 43,7% de market share dos emplacamentos, estamos falando do “bolo” total de veículos licenciados (automóveis, comerciais leves, caminhões, ônibus e motocicletas).
Ter quase metade desse volume puxa toda a indústria e reposiciona prioridades de fabricantes, concessionários, financeiras e até gestores públicos de trânsito.
O percentual é acumulado no ano e foi divulgado pela Fenabrave; veículos especializados repercutiram o marco em agosto.
Volumes que sustentam a alta
O avanço não é apenas percentual, há escala real por trás do número:
1,40 milhão de motos emplacadas entre janeiro e agosto de 2025 (+12,3% vs. 2024), com a Honda mantendo a liderança.
Setembro de 2025 foi o melhor mês do ano até então, com 205.862 motocicletas emplacadas, +11% sobre agosto e +31,5% contra setembro de 2024.
Esses volumes ajudam a explicar por que a participação das motos “pesa” cada vez mais no total de veículos, mesmo num cenário de crédito ainda seletivo e renda em recuperação gradual.
Produção acompanha a demanda
O lado da oferta confirma o apetite do mercado: a produção nacional superou 1 milhão de unidades no 1º semestre, +15,3% na comparação anual, segundo a Abraciclo (associação das fabricantes).
A indústria opera com ritmo elevado no Polo Industrial de Manaus para atender a procura por modelos de até 250 cm³, scooters e motonetas.
Por que as motos cresceram tanto?
Alguns vetores explicam o avanço:
Custo total de propriedade mais baixo: consumo de combustível, manutenção e seguro costumam ser mais acessíveis que nos automóveis de entrada, um atrativo especialmente em deslocamentos urbanos curtos e médios.
Economia das entregas e do trabalho sob demanda: o uso profissional mantém a moto como ferramenta de geração de renda e acelera a renovação de frota.
Crédito e consórcio: com bancos seletivos, o consórcio ganhou espaço e já responde por cerca de 37% das vendas de motos novas no ano (jan–jul), segundo a ABAC.
Oferta renovada: ampliação do portfólio (incluindo scooters e opções de entrada), disponibilidade de peças e prazos de entrega mais curtos após os gargalos de 2021–2023.
Mobilidade urbana: em grandes cidades, a combinação de trânsito intenso e custo de estacionamento favorece o modal de duas rodas.
Impactos no mercado de motos usadas
O calor no zero-km “puxa” diretamente o mercado de motos usadas:
Giro mais rápido em categorias populares (125–160 cm³ e scooters), pois muitos profissionais e iniciantes buscam preço de entrada e manutenção previsível.
Valorização relativa: com demanda forte e oferta disputada, modelos seminovos bem conservados mantém preços firmes, reduzindo a depreciação média.
Financiamento e consórcio de seminovas: linhas específicas para usadas ampliam o público elegível; já no consórcio, o crédito pode ser utilizado para quitar uma moto usada dentro das regras do grupo.
Liquidez regionalizada: capitais e cidades médias com ecossistema de entregas aquecido (apps, restaurantes, e-commerce) tendem a escoar estoques mais rapidamente, encurtando prazos de venda para lojistas e particulares.
Para quem compra, isso significa atenção redobrada à procedência, histórico de manutenção, quilometragem e itens de desgaste (pneus, relação, freios).
Para quem vende, vale investir em revisão preventiva, documentação em dia e boas fotos/anúncios, fatores que aceleram a conversão em portais como o Chaves na Mão.
Segmentos que mais crescem
Em 2025, duas frentes merecem destaque:
Street e motonetas/scooters: campeãs do uso urbano, conciliam economia e praticidade (câmbio automático nas scooters).
Elétricas: ainda nichadas, mas em ascensão nos emplacamentos, com marcas novas e serviços surgindo (aluguel, baterias, entrega), apesar de desafios de autonomia e preço para profissionais. Relatos de mercado mostram crescimento no acumulado do ano.
Perspectivas para o fechamento de 2025
Com o ritmo atual, a leitura consensual entre entidades e veículos especializados é de ano forte para o varejo de motos, com possibilidade de superar a barreira de 2 milhões de emplacamentos se o quarto trimestre mantiver o ímpeto (projeções setoriais vêm sendo revisadas ao longo do ano).
Mesmo em cenários mais conservadores, a participação acima de 40% no mix total deve se consolidar.
O que observar a seguir
Crédito: custo e aprovação de financiamento impactam diretamente tickets de entrada e prazos.
Logística de peças: manter a disponibilidade ajuda a evitar gargalos no pós-venda e sustenta a confiança do consumidor.
Regulação urbana: regras de circulação e incentivos a modais de baixa ocupação afetam uso e custos (estacionamento, faixas exclusivas, Zonas de Entrega).
Tecnologia e segurança: ABS de série, conectividade e assistência ao piloto migram para faixas de preço mais acessíveis, elevando o padrão das motos usadas que entrarão no estoque nos próximos anos.
Conclusão
O dado de 43,7% de participação das motos em 2025 não é um “pico estatístico”: ele traduz uma mudança estrutural nos hábitos de mobilidade e trabalho do brasileiro.
Com produção em alta, crédito/consórcio sustentando a demanda e um portfólio ajustado ao uso urbano, o segmento de duas rodas deve seguir relevante, irrigando também o mercado de motos usadas, que ganha liquidez e previsibilidade. Para consumidores e lojistas, o recado é claro: estoques girando mais rápido, maiores cuidados com qualidade e uma vitrine digital bem feita farão a diferença nos próximos meses.
O Imparcial
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