O Poder Judiciário de Açailândia, por meio da 1ª Vara Criminal, realizou nos dias 27 e 30 de maio duas sessões do Tribunal do Júri. Os julgamentos foram presididos pelo juiz Nélson Luiz Dias Dourado e apresentaram como réus Antônio Eduardo de Araújo do Vale e Eledia da Silva Feitosa, respectivamente. Na primeira sessão, Antônio Eduardo de Araújo do Vale estava sendo acusado de ter matado André Alves dos Santos e de ter tentado contra a vida de Riquelmy de Sousa Neves, fato ocorrido em 19 de julho de 2023, na Vila Bom Jardim. O Conselho de Sentença não reconheceu a autoria dos crimes, absolvendo o réu.
Sobre os fatos, narrou a denúncia que Antônio Eduardo, junto com outra pessoa, teria cometido o crime. Foi apurado que denunciado e vítima, dias antes do crime, haviam discutido por causa de uma dívida, com ameaças de morte. Na ocasião, André se encontrava em sua residência junto de sua companheira, quando o denunciado teria entrado na casa e efetuado vários tiros. Na sequência, Antônio Eduardo e a outra pessoa teriam disparado contra Riquelmy. A primeira vítima veio a óbito ainda no local e Riquelmy foi socorrido e conduzido até o Hospital Municipal de Açailândia.
A segunda sessão teve como ré Eledia da Silva Feitosa, conhecida como “Lídia”. Ela estava sendo acusada de crime de homicídio que teve como vítima Mauro José Bezerra da Costa e, ainda, de ter tentado matar Laíde da Costa Alves. Conforme apurado pela polícia, à época dos fatos, a denunciada nutria sentimentos mistos de ciúmes e de raiva em relação à vítima Mauro. O motivo teria sido o fato de José ter posto fim ao relacionamento amoroso que tinha com Lídia. Apesar do término, a denunciada ainda insistia em manter contato com o ex. No dia do crime, Mauro José havia se dirigido até um bar, passando ali a ingerir bebida alcoólica.
ATEOU FOGO
Ao passar na frente do estabelecimento, a denunciada teria visto Mauro e Laíde, fato que a deixou furiosa. Ela, então, teria retornado de motocicleta na companhia de sua filha. Em certo momento, Lídia teria tirado a gasolina do veículo, adentrado no bar e, aproveitando-se da distração das vítimas, derramou o líquido inflamável sobre elas, ateando fogo. Laíde, em chamas, saiu correndo do local, gritando por ajuda, no que foi socorrida por seu padrasto e outros populares. Enquanto isso, Mauro, também em chamas, correu para os fundos do estabelecimento à procura de água, na tentativa de cessar o fogo que se alastrava pelo corpo.
As vítimas acabaram levadas ao Hospital Municipal de Açailândia, onde receberam atendimento médico de urgência. Dias depois, porém, Mauro morreu, em razão da gravidade das queimaduras que sofreu. Interrogada sobre os fatos, a denunciada confirmou o relacionamento prévio mantido com a vítima Mauro, contudo, alegou não se recordar do momento exato sobre o crime, exercendo seu direito ao silêncio em várias das perguntas realizadas.
Ao final do julgamento, ela foi considerada culpada pelo Conselho de Sentença, recebendo a pena definitiva total de 30 anos e quatro meses de prisão.
TJ/MA
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