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Foto: Divulgação |
Apesar
da queda, que foi de quase 10%, o número de motociclistas vítimas de acidentes
ainda é grande.
BRASÍLIA - Pelo segundo ano consecutivo, o
número de óbitos por acidentes de trânsito no país apresentou queda. Dados
preliminares do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da
Saúde apontaram uma redução de quase 10% neste índice. O número caiu de 38.651,
em 2015, para 34.850, no ano passado. Desse total, 1/3 das vítimas eram
motociclistas. Eles, também, representaram o maior percentual de internações
(58%). Por outro lado, houve aumento de 14% nas internações, de 158.728 em 2015
para 180.443 em 2016.
“A
redução pelo segundo ano consecutivo de óbitos mostra que o brasileiro tem aos
poucos mudado os hábitos ao volante e prezado cada vez mais pela segurança.
Acidente de trânsito é um problema que precisa ser enfrentado com muita clareza
e determinação de toda a sociedade, pois causa danos às famílias que acabam
perdendo seus entes queridos. Mas o número de óbitos e internações de
motociclistas preocupa, principalmente pelo aumento nos casos que seguem uma
tendência distinta das outras categorias de condutores”, explica o ministro
Ricardo Barros.
A redução dos óbitos pode
estar relacionada à efetividade das ações de fiscalização após a Lei Seca, que
neste ano completou nove anos de vigência. Além de mudar os hábitos dos
brasileiros, a lei trouxe um maior rigor na punição e no bolso de quem a
desobedece. Com o passar dos anos, a lei passou por mudanças e ficou mais
severa, com o objetivo de aumentar a conscientização de não se misturar bebida
com direção.
A municipalização do
trânsito, que é a integração do município ao Sistema Nacional de Trânsito
(SNT), também tem papel fundamental nessa redução, já que as cidades podem
criar órgãos executivos de trânsito. Nos municípios que adotaram essa
estratégia, houve maior redução do número de óbitos por acidentes de trânsito,
com queda de 12,8%. Nos demais, a queda foi menor, 8,9%.
De acordo com dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS), os acidentes por transportes terrestres são
responsáveis por 1,25 milhões de mortes (12% do total no mundo) e 50 milhões de
feridos em todo o mundo, sendo a primeira causa de morte mais frequente entre
jovens de 15 a 29 anos. Elas representam um custo de US$ 518 bilhões, por ano
(até 5% do PIB). No Brasil, o trânsito é a segunda causa de morte, entre as
causas externas, com maior ocorrência entre jovens e adultos de 15 a 39 anos.
Internações
Em 2016, os acidentes de
trânsito causaram 180.443 internações ao custo de R$ 253,2 milhões. Esses
acidentes respondem por boa parte das internações hospitalares e pela maioria
dos atendimentos de urgência e emergência, que geram altos custos sociais, como
cuidados em saúde, perdas materiais e despesas previdenciárias, além de grande
sofrimento para as vítimas e seus familiares. Em 2015, ocorreram 158.728
internações por ATT com custo de R$ 242 milhões para o SUS, sendo que mais de
50% das internações envolveram motociclistas.
Álcool
e direção
Apesar da queda de mortes
por acidentes de trânsito, um dado ainda preocupa: o aumento no percentual de
brasileiros que combinam álcool e direção. De acordo com a Pesquisa de
Vigilância de fatores de risco e proteção para Doenças Crônicas por inquérito
telefônico (Vigitel) do Ministério da Saúde, em 2016, 7,3% da população adulta
das capitais brasileiras declararam que bebem e dirigem. No ano anterior, o
índice foi de apenas 5,5%. Um aumento de 32%, em apenas um ano.
Vida
no trânsito
Em parceria com estados e
municípios, o Ministério da Saúde desenvolve, desde 2010, uma ação nos pontos
com maiores problemas e maior fiscalização, principalmente no que se refere ao
“álcool e direção” e à velocidade excessiva e/ou inadequada. O Vida no Trânsito
ressalta a importância da articulação do setor saúde com o trânsito no
cumprimento do Código de Trânsito Brasileiro nos componentes da vigilância
(informação qualificada, monitoramento das lesões e mortes e fatores de risco),
prevenção e cuidado pré-hospitalar, hospitalar e de reabilitação ofertado às
vítimas. O Programa iniciou em cinco capitais do país: Belo Horizonte, Campo
Grande, Curitiba, Palmas e Teresina em 2010. A partir de 2013, foi implantado
nas demais capitais, e em alguns municípios (Guarulhos-SP, Campinas-SP, São
Gonçalo-RJ, São José dos Pinhais-PR e Foz do Iguaçu-PR).
Como
é a Lei Seca
Atualmente o condutor que
ingerir qualquer quantidade de bebida alcoólica e for submetido à fiscalização
de trânsito está sujeito a multa no valor de R$ 2.934,70 e suspensão do direito
de dirigir por 12 meses. Em caso de reincidência, o valor da multa é dobrado.
Acompanhando a
implementação da lei, o Vigitel passou a estimar a frequência de indivíduos que
referiram conduzir veículo motorizado após o consumo de bebida alcoólica,
independentemente da quantidade de bebida consumida e da periodicidade dessa
prática.
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