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Violência racial é discutida em Seminário em Açailândia

Aconteceu no último dia 20, o I Seminário Municipal da Sociedade Civil para o Enfrentamento ao Genocídio da Juventude Negra em Açailândia, o evento aconteceu na Câmara municipal, aonde durante toda a manhã foram mostrados diversos dados de violência contra jovens negros no Maranhão.

O evento foi realizado pelo Centro de Defesa da Vida e dos Direitos Humanos Carmem Bascaran/Açailândia, contou com a presença de populares e de representantes de entidades ligadas aos movimentos sociais.

Na ocasião foram feitos diversos questionamentos sobre a violência que assola a juventude negra no Brasil.

Segundo dados mostrados durante o evento, os/as negros/as são as mais vulneráveis as violência, principalmente a letal, e que isso ainda é pouco discutido no país.

O Brasil tem um histórico de extermínio de jovens negros, o que está acabando com a juventude é a falta de políticas de mudança estrutural, é a falta de um outro modelo de sociedade e nação, para que os/as jovens pobres e negros/as no Brasil possam realmente ter sua juventude conquistada.

Segundo o senso de 2010, os jovens negros representam cerca de 29,4 da população maranhense, e isso representa uma média de 54,1 das mortes de jovens entre 15 e 29 anos de idade, isso levantamento feito de 2000 a 2013.

Ainda segundo o senso, de 2000 até 2013, esse número de mortes só vem aumentando gradativamente, no período, os jovens negros representam 87,5% das vítimas, enquanto os jovens brancos apenas 9,8%.

Embora os números sejam absurdo, o que mais chama atenção é que a maioria desses crimes são cometidos por policias e que a grande maioria acabam sem punição aos assassinos.   

O seminário chamou atenção para o crescimento no número de homicídios de jovens negros no Maranhão.

A falta de políticas públicas voltadas para a diminuição do número desse tipo de violência, bem como os vários outros tipos de violência sofrido pela juventude negra. 

E ainda queremos ressaltar a preocupante situação dos Centros de Juventude que, de acordo com Relatório Bimestral de Inspeções Judiciais realizadas pela 2ª Vara da Infância de São Luís (março/abril2017), 03 destes centros ainda apresentam superlotação, o que está em pior situação o CJC de Vinhais (São Luís) de internação provisória, onde tem uma superlotação por acima do dobro da capacidade do Centro. Pior a isto, queremos lembrar os gravíssimos casos de nossos/as jovens de Açailândia que foram mortos enquanto cumpriam medidas socioeducativas na Fundação da Criança e do/a Adolescente do Maranhão -FUNAC. Nos últimos 04 anos nada menos que 05 jovens de Açailândia: Raimundo Nonato, Clésio Ramos Silva, Rafael Alves de Sousa, Francisco Guilherme Lima e Tiago da Silva Sousa, assassinado em 04 de janeiro de 2017, na FUNAC de Maiobinha.

Todas elas são mortes anunciadas, exibidas, ignoradas, não causam nenhum escândalo, não causam nenhuma surpresa, não levantam nenhuma indagação, nem indignação. Cadê as políticas públicas, cadê a aplicação do Estatuto da Juventude, o Sistema de Garantia de Garantia de Direitos de Crianças e Adolescentes? Está dormido ou morreu junto com nossa juventude?


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