Forças
Armadas devem empregar mais de 25 mil militares para segurança.
BRASÍLIA - O ministro da Defesa, Raul
Jungmann, disse nesta sexta-feira (30) que está muito preocupado com a situação
de violência envolvendo candidatos nesta campanha eleitoral. O primeiro turno
será neste domingo (2).
“Preocupa e preocupa muitíssimo [a
violência relacionada às eleições]. Nós não temos até aqui uma explicação.
Vamos construí-la junto com a Justiça, a Polícia Federal, com a Justiça
Eleitoral e com a área de inteligência. Vamos procurar e, se encontrarmos uma
explicação, vamos comunicar e torná-la público”, afirmou.
Segundo ele, as Forças Armadas devem
empregar mais de 25 mil militares para segurança e apoio logístico no primeiro
turno das eleições municipais. O contingente das três forças vai atuar em 420
localidades de 15 Estados definidos pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que
fez a solicitação. Jungmann informou que os militares também vão reforçar a
segurança em Itumbiara, em Goiás, onde o candidato à prefeitura do município,
José Gomes da Rocha, foi morto na quarta-feira (28), durante a campanha eleitoral.
Para o ministro, a grave situação das
contas públicas nos Estados acabou intensificando a crise de segurança. “Eu
acho, e isso é uma suposição, que dada a situação fiscal a que o Brasil chegou
e isso repercutindo numa crise na segurança em alguns Estados, o que nós
estamos vendo é um reflexo na política de algo que, na prática, já está
acontecendo. Evidentemente que existem reflexos em todas as áreas e isso chega
à área da segurança”.
Milícias
Jungmann também destacou que outra
situação que “preocupa muitíssimo” ocorre em alguns Estados onde existe “um
processo perverso” em que milícias e traficantes têm poder político e indicam
representantes ou eles próprios são eleitos.
Ele citou como exemplo o Estado do Rio
de Janeiro. “O Rio, infelizmente, é um desses exemplos, mas não é apenas o Rio.
No Rio de Janeiro, talvez o que exista é um processo mais avançado. Este é um
problema grave que estamos enfrentando e em breve pretendemos ter várias respostas
para a área de segurança”, afirmou.
Defesa
O ministro participou hoje da abertura
do primeiro encontro do “Diálogo da Indústria de Defesa Brasil e Estados
Unidos”, no Palácio do Itamaraty, em Brasília. No encontro, são discutidos
temas como a certificação de produtos de defesa, mecanismos de exportação e
projetos prioritários. O objetivo é ampliar a parceria entre os dois países no
setor de defesa.
“No caso do Brasil, temos uma cadeia
produtiva na área de defesa e segurança da ordem de R$ 208, R$ 210 bilhões por
ano. Colocamos a possibilidade de produção de um produto binacional na área de
defesa entre Brasil e Estados Unidos. Esperamos encontrar mecanismos de acesso
ao mercado americano de produtos de defesa, que é o maior do mundo”, afirmou o
ministro da Defesa.
Ele ressaltou que há interesse em
retomar o Centro de Lançamento de Alcântara, no Maranhão. “Procuramos
aprofundar o nosso diálogo na área de pesquisa e tecnologia. A cooperação e a
participação americana serão muito bem-vindas, a exemplo da Base de Alcântara,
em que o lançamento para satélite e foguetes aéreos espaciais tem para nós
grande importância, e que seja retomada em bases soberanas”.
ANA CRISTINA CAMPOS/AGÊNCIA BRASIL
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