Dando
continuidade à série de entrevistas com os pré-candidatos a prefeitos nas
eleições desse ano no município de Açailândia, esta semana entrevistamos o
pré-candidato a prefeito pelo PSOL, professor Milton Teixeira, o mesmo foi o
nosso segundo entrevistado.
Confira:
O
que levou você a tomar essa decisão de se candidatar a prefeito novamente? – Desde que começamos a construir um projeto político, um
projeto que começou com o PT lá atrás e depois vem com a minha vinda para o
PSOL, a gente baseia que em Açailândia há uma necessidade de uma representação
legitima, pensando no povo, que até então, as sucessivas administrações que tem
passado pela prefeitura tem preocupado mais com seus familiares, com seus
amigos e com os grupos políticos partidários, e quando isso acontece o povo paga
um preço altíssimo, hoje nós temos uma saúde precaríssima, nós temos uma
educação deficiente, nós temos uma agricultura familiar que não consegue
avançar, por falta investimento no campo, porém Açailândia é uma cidade rica,
mas o recurso que o município produz não é aplicado na cidade a favor da
população, então ai a gente percebe que há uma necessidade de criar um caminho
alternativo, e a nossa candidatura ela nasce nessa perspectiva, nasce como um
caminho alternativo pensando do ponto de vista do coletivo e voltado para o bem
do povo, isso significa dizer que nos cabe o desafio de mudar a história
política de Açailândia, e a gente só vai mudar a história do município quando a
gente realmente demonstrar efetivamente quais são os recursos e para isso exige
uma transparência, nós queremos uma vez assumida a prefeitura, nós queremos
demonstrar para o povo quanto é que chega, como que isso é aplicado, isso se
faz com audiência pública, nós queremos demonstrar através de auditórias
públicas fiscais nas contas do município, o que é que as administrações tem
feito com o dinheiro e queremos sem sombra de dúvidas fazer com que o povo
trabalhador, bom e ordeiro de Açailândia sejam respeitados a altura do que eles
merecem.
Você
acha que a esquerda hoje em Açailândia tem ganhado força em virtude das últimas
eleições municipais? – Veja bem, eu diria o
seguinte, quando a gente fala nesse negócio de direita e esquerda a gente as
vezes polariza de mais os problemas, eu participo de um partido de esquerda o
PSOL, penso que o PSOL assumindo a prefeitura de Açailândia ele deva dialogar
com as pessoas nos mais diversos partidos, por que tem muita gente boa que
precisam contribuir para com a administração de Açailândia, por que tem
experiência, por que acumulou conhecimento que vai ajudar na administração
desse município. E aí quando a gente pensa em administração a gente pensa em
valorizar essas pessoas, independentemente de que partido ela esteja, é lógico
que o partido do PSOL com a sua história de partido de esquerda, vai
principalmente dialogar com aqueles partidos que caminham de esquerda, mais a
nossa maior preocupação não é por exemplo, polarizar as eleições aqui entre
direita e esquerda, mais atrair para uma administração nova, as pessoas que tem
comprometimento social, as pessoas que já estão engajada e que tenham qualidade
técnica para atuar naquelas pastas, não dar para brincar o serviço público,
colocando pessoas inexperientes, pessoas que não tenham capacitação técnica
para atuar nesses quadros que a prefeitura tem, então a gente precisa avançar
nisso, na última gestão, na gestão da prefeita cassada, nós tivemos um problema
seríssimo e foi exatamente por falta de qualificação de seus secretariados, e
também pela polarização política, ou seja só poderia está no governo quem fosse
do partido da prefeita, nós queremos mudar isso de fato, o PSOL tem crescido
muito nesses últimos anos em Açailândia,
o resultado das nossas eleições quando disputamos a prefeitura nós
obtivemos com custos baixíssimo, com uma campanha pé no chão, com uma campanha
transparente e popular nós conseguimos gastar pouco e ampliamos muito o número
de votos, o nosso acesso as mais variadas comunidades, conseguimos identificar
dentro de um trabalho programado e planejado um diagnóstico e que pudesse
produzir informações sobre os problemas de Açailândia, na saúde, na
infraestrutura, na educação, no campo e com base nesse diagnóstico, é possível
sim, nós construirmos um projeto dentro de uma realidade, dentro dos orçamentos
do município e com capacidade técnica da gente assumir a prefeitura e fazer, eu
costumo dizer que quando a gente fala a realidade, as vezes as pessoas tem
dificuldades para compreender, os políticos que mais mentem e que pouco
fundamento tem sobre o orçamento
público, geralmente em Açailândia são os que se dão melhor politicamente, então
nós temos que mudar esse quadro, e para mudar esse quadro nós temos que eleger
pessoas que realmente conheça Açailândia, que tenha amor a essa cidade e se
comprometa fundamentalmente com a sua população, que tem sofrido ao longo
desses anos de administrações que já passaram por esse município.
Você
acha que aquela estabilidade política que houve em Açailândia no ano passo, influenciará
no resultado das eleições desse ano? – Nós
tínhamos a prefeita Gleide Santos na perspectiva do eleitorado do povo de
Açailândia, na tentativa de rejeitar o grupo do Ildemar Gonçalves – PSDB,
exatamente por que havia várias denúncias sobre muitas empresas de fachadas de
laranjas, isso se comentou muito nas ruas a família toda beneficiada com a
questão do nepotismo, enfim, era uma administração que estava mais preocupada
com a família e com os amigos, então nesse contexto, a Gleide que tinha maiores
recursos, tinha um maior número de partidos, entre eu e ela, o povo escolheu
ela, então o povo estava dizendo eu quero mudança, infelizmente a mudança ela
não houve e o PSOL já sabia disso, por que o PSOL já tinha colocado candidato e
já tinha avaliado que a Gleide não teria condições de fazer isso, então ela
assim que assumiu deveria ter feito uma audiência pública, uma auditória fiscal
nas contas do município, ela não fez, ela deveria ter demonstrado qual situação
ela pegou o município, e ela pecou nisso e o PSOL em 120 dias oficializou,
colocou um ofício na prefeitura dizendo o que na visão do PSOL como era que
deveria ser, por era assim que nós iriamos fazer, então ela não fez, pecou
nisso, ela pecou no aspecto de ter batido de frente com o Ministério Público
Estadual, com o Judiciário, nós sabemos que os poderes são independentes mais é
preciso que haja harmonia e respeito entre esses poderes, ela pecou também em
ter batido de frente com a câmara, a câmara é um poder que precisa ser
respeitado, e com isso ela acabou criando todas essas condições, sem contar
também os crimes que ela cometeu, improbidade administrativa, de ter usado
maquinas públicas a serviço do benefício particular, então esse conjunto de
coisas, a Gleide acabou gerando a sua própria crise politicamente falando, o
que na realidade acabou favorecendo a sua cassação, a cassação dela eu diria
que teve dois aspectos, teve o aspecto jurídico pelos crimes que ela cometeu e
teve o aspecto político que exatamente o que um grupo de vereador se
aproveitaram da situação, e digo para se dar bem, e acabaram mancomunado com o
vice que já vinha também construindo toda uma situação para se dar bem e ele fez
isso nas várias administrações anteriores, fez isso com o ex-prefeito cassado
Deusdete Sampaio, fez isso também quando esteve junto com o ex-prefeito cassado
Leonardo Queiroz, fez isso com a própria Gleide quando assumiu após a cassação
do Leonardo, tentou fazer com o Ildemar e não conseguiu e finalmente faz com
Gleide. Toda essa crise política que aconteceu em Açailândia, foi fruto de
interesse particulares, atrelado com a questão de ordem de crimes praticados
contra Gleide, então eu diria que ela perdeu a melhor oportunidade do mundo da
vida dela do ponto de vista político, por que por exemplo, nós do PSOL éramos
contra ela e contra também o candidato do PSDB, por que acreditávamos que tanto
um grupo quanto outro, não mereciam mais administrar Açailândia, por vários
erros que cometeram, mais o PSOL esperava que ela pudesse demonstrar, já que
foi eleita que ela pudesse demonstrar e fazer uma administração a altura de
Açailândia, nós desejamos mais nós não acreditávamos, mais infelizmente chegou
aonde se deu, então nesse aspecto, a gente ver que essa crise tem dois lados, o
lado jurídico e o lado político.
Você
acha esse ano seja possível o PSOL ganhar as eleições e assim assumir a
prefeitura de Açailândia? – Eu
costumo dizer que não é o meu projeto e sim, o nosso projeto, é um projeto que
tem várias mãos, temos gente nos mais diversos setores principalmente nos
movimentos sociais, em igrejas, em religiões de matriz africana, há em
Açailândia todo um desejo de um momento novo, um momento novo em que Açailândia
seja vista com o olhar que ela merece, então a gente vislumbra que essas
eleições de 2016, ela será uma eleição estratégica e importante para se
construir esse tempo novo, e é com base nesse desejo, que a gente vem desde que
terminou as eleições passadas, que a gente vem visitando as comunidades, vem
dialogando, ouvindo a comunidade, vem vendo o sofrimento da nossa comunidade e
isso nos coloca numa posição muito favorável, o PSOL tem dialogado com diversos
partidos, já tem quase dois anos que a gente vem dialogando, infelizmente
alguns desses bons partidos que poderiam estar conosco, por nós não termos
estrutura, não termos dinheiro para estrutura de campanha, acabam indo para o
PSDB e para outros partidos que realmente tem dinheiro e isso de certa forma nos
fragiliza, mais nós estamos consolidando um trabalho de formiguinha de
conscientização popular, a gente tem visto que a própria população tem aberto a
cabeça, nessas últimas eleições o número de jovens que irão votar certamente
será muito maior do que na eleição passada, nós temos dialogado com diversos
setores, setor cultural, setor da pessoa com deficiência, nós temos seu João
Luís que é um representante muito significativo e que inclusive agora veio para
o nosso partido, então a gente tem dialogado muito com os segmentos, o segmento
do campo, segmento da educação, principalmente com alguns professores mais
comprometidos. Então esse diálogo que a gente vem fazendo, está servindo de
elemento para a gente pegar informações que ajudem na construção de um projeto
político coletivo para Açailândia, isso nos anima e amplia a capacidade de
disputa eleitoral e aí nesse aspecto a gente avalia que nós vamos disputar de
igual para igual, até por que algumas modificações foram feitas, a chamada mini
reforma política, ouve algumas alterações e essas alterações de certa forma nos
ajuda, apesar que não é aquilo que a gente sempre sonhou que aconteceria, o
ideal era que não houvesse o financiamento nem público e nem particular, cada
candidato terá um teto “x” e esse teto é igual para todo mundo, e se
restringiria em algumas questões nesse aspecto, da mesma forma também, um
prejuízo que nós sofremos nessa mini reforma é que quando se diminui o tempo, o
tempo de campanha que foi reduzido para 45 dias, nós não temos estrutura para
fazer em 45 dias toda Açailândia, se você pegar Açailândia de uma ponta a
outra, se eu pego do Assentamento Macaúba e vou até o Novo Oriente, nós vamos
ter quase 150 quilômetros, então a dimensão é uma coisa muito grande, um espaço
muito amplo para a gente dar conta de visitar todos os eleitores, dialogar com
cada um deles, e estabelecer uma situação política a altura, enfim estabelecer
uma atuação política a altura para ganhar, mais nós estamos no trecho ai e
vamos para luta.
Caso
você seja eleito no dia 02 de outubro, qual será o seu primeiro projeto a ser
implantado em Açailândia? – O
primeiro projeto é uma auditoria fiscal das contas desses gestores, por
exemplo, pegar os últimos 5 ou 10 anos e a gente fazer uma auditoria fiscal da
situação do município, e ai nesse espaço de tempo vamos supor em 90 ou120 dias
a gente puxar uma audiência pública para a gente cruzar essas informações, e
dar ampla divulgação de qual é a situação real de Açailândia, e só a partir daí
em diante, a gente ir consolidando um projeto atrás do outro, um projeto de
educação, um projeto na área de saúde focada principalmente na área de
saneamento básico, por que hoje quem olha para Açailândia e ver o tanto de
farmácias que tem no município, percebe que o povo está doente, está doente
exatamente em função da precariedade da saúde, então é necessário tomarmos
medidas e eu diria até medidas radicais, no sentido da gente ofertar uma saúde
de qualidade a população e isso exige dialogar com os outros municípios, que
estão no entorno de Açailândia, para quem sabe a gente construir um hospital
regional, isso tudo associado com a questão de pelo menos estabelecer duas
redes de tratamento de esgoto, não daria para atender tudo, mais já seria um
primeiro passo, há uma rede de esgoto com uma sub estão de tratamento, na área
que compreende do supermercado Mateus que desbota lá no Córrego Esperança e uma
outra aqui na rua Curitiba na vila Tancredo Neves que desbota também no Córrego
Esperança, então a gente avalia que essas medidas poderia ser o primeiro passo
para tirar Açailândia do déficit que tem quanto a questão do saneamento básico,
Açailândia é uma das cidades que mais sofre com a questão do saneamento básico.
Em relação a educação nós temos um problema seríssimo, nós temos por exemplo,
dentro da educação nós temos deficiência no processo de alfabetização,
principalmente de jovens e adultos, é preciso saber incluir dentro de
Açailândia dentro de um programa que visualize a melhoria da qualidade de vida
da população, com a questão da alfabetização de jovens e adultos e para isso
temos como meta, fazer um convênio exatamente com uma instituição de Cuba,
através de um programa chamado “Sim Eu Posso”, programa que na Venezuela há 6
anos atrás, alfabetizou quase 4 milhões de pessoas no espaço de tempo de 10
meses. Então Açailândia precisa abraçar isso, eu diria quase 85% das pessoas
que se inserem no trabalho escravo é fruto do analfabetismo, é fruto da falta
de qualificação profissional dentro do setor urbano e na educação também tem uma
questão muito central dentro de nosso projeto, as cidades que evoluíram no
ponto de vista de conhecimento, investiram muito na questão da ciência e da
tecnologia, então em Açailândia já está em déficit e em debito com a população,
nós temos por exemplo o SENAI, já deveríamos ter em Açailândia uma Universidade
na área de engenharia eletrônica, engenharia
mecânica, pela posição geográfica de Açailândia já era para termos um curso de
agronomia, quer dizer esses cursos que são excelentes cursos para se acessar o
mercado de trabalho, eles já poderiam estar acontecendo no município, mais
infelizmente a mente muito diminuta, muito pequena de nossos administradores
acabou impedindo que avançássemos nesses aspectos, por exemplo Imperatriz já
passa ser uma referência nesse campo, por isso atrai muita gente e cada vez
mais Imperatriz cresce, em número de população e também em qualidade de vida,
quanto maior for a capacidade nossa de investir na educação, mais qualidade de
vida terá a população, então o carro chefe do nosso projeto é “educação, saúde
e saneamento básico atrelado a questão do campo”. Nós hoje temos uma cesta
básica que é mais cara do que em Imperatriz, por que nós temos um terreno
fértil, temos bons trabalhadores, mais não temos condições de trabalho para
esse povo produzir, e aí a cesta básica principalmente das pessoas mais pobres
e oprimidas acabam sendo inviabilizadas, então precisamos investir mais,
Açailândia como tem um grande número de Assentamentos rurais já era pra ter uma
mini “ceasa” aqui para absorver todos esses produtos e aqui comercializarmos
todos eles, então o campo também é estratégico pra gente.
Qual
a avaliação que você faz da atual administração? Veja bem, até então o que a gente percebe é que há uma
maquiagem nos serviços públicos na atual administração, posso dar como exemplo,
se você, eu, ou qualquer outro cidadão for até o conjunto João Paulo II,
próximo à Vila Ildemar, nós iremos ver que o Estado bancou um asfalto e o
asfalto que era para ser colocado naquela comunidade, acabou só melando as ruas,
quer dizer, acho que tem menos de dois meses que foi posto o asfalto, mas você
pode ver a espessura do asfalto que é muito fina nos buracos já existem ali,
significa dizer que 40% do asfalto não foi aplicado ali, e o restante deve ter
aproveitado para melar outras ruas, é necessário por exemplo, seriedade com o
serviço público, quer dizer o atual gestor está se utilizando disso para fazer
uma campanha previa, eu acho que tá de parabéns aquele início, o problema não é
só agora, outra coisa também é a questão da UPA, a UPA é um passo significativo,
a obra passou muito tempo ali parada, os vereadores já deveriam ter apresentado
por que e como ela não se avançou, o quê que foi gasto, se prestaram conta ou
não, como é que tá, mais a gente avalia que ali tem duas etapas, a primeira
etapa agora que é a construção do prédio, é uma questão básica e importante,
mais o mais importante é o seu funcionamento, por que quando ela entrar em
funcionamento e se entrar em funcionamento, deverá ter médicos suficientes para
atender a população, será uma obra muito significativa por que vai desafogar o
hospital municipal, e isso vai dar condições de melhorar um pouco a qualidade
de vida da população de Açailândia. Então o que a gente percebe, eu particularmente
percebo na atual administração é que o prefeito Juscelino está administrando
mais para os vereadores, com aqueles que se comprometeram com a cassação da
ex-prefeita, e digo isso por que, por exemplo se fizermos um levantamento hoje
do número de servidores que são contratados por esses vereadores é um número
absurdo, daria para fazer um novo concurso público, então ao invés do prefeito
tratar da questão do concurso acabou que atendendo os seus aliados, e quem paga
esse preço é a população de Açailândia, vou dar um exemplo concreto aqui, a
escola que eu trabalho que é do estado, nós temos 6 salas de aula, só tem 2
zeladoras, se você for na escola Municipal Monteiro Lobato no bairro do Jacu, o
número de salas de aulas é muito menor do que o nosso e tem em torno de 10
zeladoras, significa dizer o que, que tem gente que tá sobrando, mais não pode
sair por quem indicou foi o vereador A, B, C e D, então hoje a administração de
Açailândia está voltada para uma campanha previa de disputa as eleições 2016 e não
para na população, então os avanços que eu vejo são poucos e não são
significativos à altura do que a população merece, além disse é importante
também considerar também que nós estamos num momento de crise tanto política
como econômica, e isso é um outro elemento que dificulta a gestão do Juscelino
ou de qualquer outro administrador que tivesse ali, por que eu creio que ele se
filiou ao partido do governador, ao PCdoB, esperando que o governador colocasse
obras aqui, mas como há uma crise nacional e o governo federal não coloca obras
no estado, e quando coloca é um número muito pequeno, então é lógico que o
município também acaba sofrendo por conta dessa situação.
Professor
e essa questão da aprovação do Impeachment na câmara, você acha que vai
influenciar no resultado das eleições desse ano? Sim, vai influenciar e em Açailândia também influenciará, a
avaliação que eu faço do resultado que se teve ontem no congresso nacional,
mais especifico na câmara dos deputados, é uma imoralidade, por que eu estou
dizendo que é uma imoralidade, por que quase todos os deputados que votaram sim
ao Impeachment, usaram “Deus”, usaram
a “família”, usaram o povo brasileiro para dizer que estavam dizendo sim,
quando a gente sabe que o problema no Congresso não é um problema Judicial e
sim um problema político, eu não estou aqui para defender a Dilma e também não
faria essa defesa, mais o que eu defendo enquanto militante do PSOL, é que nós
vamos tirar a Dilma e vamos colocar quem? O Eduardo Cunha? O Michel Temer? Que
também tem processos seríssimos, a Dilma está sendo condenada pela câmara de
Deputados sem haver o devido processo, os elementos que estão sendo postos e
que os deputados dizem que incorreu no crime de responsabilidade no ponto de
vista de alguns juristas ele não são suficientes, quer dizer tudo isso levou ao
Impeachment, é necessário que juntem
provas, uma série de questões passo a passo até chegar ao Impeachment, o que a Dilma fez o FHC fez, e por que não se cassou
o FHC? Isso chama pedaladas fiscais, Lula fez e todos os presidentes que
passaram pelo país fizeram, o povo precisa entender que a Dilma não pegou o
dinheiro das pedaladas fiscais e colocou no bolso, mas quando a mídia coloca,
coloca como se ela tivesse roubado o dinheiro público, as pedaladas ficais é na
realidade o uso de um dinheiro para cobrir uma outra atividade, para depois
esse dinheiro voltar para a outra parte, é como por exemplo o dinheiro da saúde
e fosse utilizar na educação, eu particularmente não faria isso, mas ela fez e
foi exatamente o pretexto que o PSDB, o PMDB a extrema direita os grupos da
elite econômica que também estão envolvidos no processo de corrupção, se
utilizaram para dar o golpe, e o golpe exatamente no povo, por que como o povo
não tem uma mídia que esclareça exatamente o que está acontecendo, nós temos uma
mídia que na grande maioria é tendenciosa, em Açailândia também não é diferente
nesse aspecto, e a gente ver quando ler o jornal como alguns comunicadores se
posicionam politicamente, a mídia ela não é imparcial e nunca foi, diante desse
quadro ontem feito, não foi um julgamento jurídico, foi um julgamento político,
os deputados tinham interesses e alguns até que estão envolvidos na corrupção,
essa crise política a qual está passando o país, eu entendo que deveria ser o
momento de se passar a limpo a política brasileira, a Dilma ela tem prejudicado
muito os trabalhadores com o ajuste fiscal, algumas reformas que ela tem feito
tem prejudicado a nós trabalhadores, então eu não teria nenhum algum argumento,
e não teria nenhum fundamento para fazer a defesa dela, mas olhando pelo ponto
de vista da justiça, sendo justo, se ela for cassada agora pelo senado, que
fosse cassado também o Eduardo Cunha, o próprio presidente do Senado que por
sinal abriu mão, renunciou para não ser cassado, por vários elementos
gravíssimos de corrupção, então hoje o parlamento de nosso país está podre, o
executivo, ou seja, o prefeito, o governador, o presidente da república só metem
a mão no dinheiro público por que tem quem os ajude, e quem tá ajudando é o
parlamento, por que o parlamento tem que cumprir o seu papel que seria evitar
que houvesse a corrupção, um exemplo, nós temos mais de 200 pessoas no
Congresso Nacional e no Senado citado em crimes comprovados e onde é que estão
estas pessoas, estão lá no Congresso Nacional recebendo seus salários
altíssimos e ainda pousando de moralidade, então eu vejo que o momento seria
para passar a limpo, se nós formos pegar todas as práticas de corrupção, buscar
dados na legislação, com provas
materiais, com a questão da ampla defesa que é um direito, é um princípio da
própria constituição e cassar todo mundo do PT, do PSDB, do PMDB, do PP e de
todos os partidos envolvidos, e ai sim o povo brasileiro daqui para a frente
começaria uma nova história, o cara pensaria 2 vezes antes de meter a mão no
dinheiro público, mais enquanto houver um parlamento corrupto como nós temos na
sua grande maioria, com raríssimas exceções, o povo vai continuar pagando alto
preço.
O
que te diferencia dos demais candidatos? Muita
coisa, eu duvido que alguém vá buscar em todo o meu histórico de vida, coisa
que desapunha a minha conduta, e esse é um elemento para mim primordial, nenhum
dos outros pré-candidatos, eu tenho 25 anos engajado nos movimentos sociais, defendendo
os trabalhadores, defendendo os direitos, principalmente na questão sindical,
não nenhum outro pré-candidato que tenha feito isso, um pré-candidato que
dialoga com todos os setores, inclusive com o setor empresarial, a gente tem
mais gente que dialoga com o setor empresarial e menos com os trabalhadores e
esse é um grande diferencial, isso é fundamental em uma gestão pública, não dar
pra gente fortalecer os trabalhadores e abandonar a classe empresarial, é
necessário que a gente no ponto de vista da legislação e do bem comum, que a
gente consiga trabalhar atendendo a demanda de um segmento tanto de um como de
outro, então os principais de alguns outros que a gente poderia apontar acha que
seriam esses.
Quem
é o professor Milton Teixeira? Rapaz
eu não gosto muito de fazer isso, acho por exemplo é a gente se alto promover, eu
sou um sujeito que eu considero que me relaciono bem com todo mundo, tenho boas
relações sociais, sou um eterno estudante, gosto de conhecer as coisas, gosto
de pesquisar, tenho compromisso de vida e morte com a causa social, sou um cara
que não me preocupo muito com essa coisa do ponto de vista econômico, o que eu
tenho hoje é suficiente para eu sobreviver com qualidade de vida, inclusive até
para atender as necessidades da minha família, sou um aprendiz, tive bons
professores, como Carmem Bascaran, uma das maiores professoras que tive, a Edna
que hoje é Conselheira Tutelar que foi do PT também, foi uma grande professora
minha, a Querubina que é dos movimentos das quebradeiras de coco, Vila Nova lá
de Buriticupu, Manoel da Conceição, uma grande liderança, essas pessoas que tem
uma história muito bonita de vez em quando estou lá bebendo na fonte dessas
pessoas, enfim, eu sou isso, continuo estudando, não tenho pretensão de parar,
sou amador das artes e da cultura, já publiquei um livro de poesias, um outro
livro de documentário, gosto da pintura, já pintei alguns quadros, já fiz
exposições em outros estados, pouca gente conhece isso, mais eu sou um
pouquinho disso, eu gosto do mundo das artes, na educação sou apaixonado, não
tenho projeto nenhum para abandonar a educação, a minha profissão, eu diria a
minha vocação no mundo da educação, ontem mesmo nós realizamos um intercâmbio
cultural em uma aldeia indígena lá no Estado do Tocantins com uma turma de
alunos, isso é algo que mim move muito, eu um cara que gosta muito da
preservação ambiental, meu próximo projeto será nesse aspecto, de demonstrar
que é possível a gente comer coisa orgânica, que é possível a gente reciclar,
que a gente pode ter um mundo melhor e eu sonho sempre, sou um grande sonhador
que a gente possa de maneira coletiva construir um mundo melhor, mais justo, um
mundo humano, um mundo capaz de ser aquele mundo que Deus projetou pra gente,
esse ai é um pouquinho de mim.
Considerações
finais: Espero essa entrevista ajude
ao povo açailandense a fazer uma grande reflexão, e conhecer melhor os projetos
do PSOL, e não só do PSOL, mais das pessoas, do açailandense, o que o PSOL
pensa não é do ponto de vista partidário, é muito mais do ponto de vista
popular, quero agradecer imensamente essa oportunidade de estar sendo
entrevistado pro por ti, muito obrigado.
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