
O governo federal não cansa de
registrar rombo nas contas púbicas porque continua gastando mais do que
arrecada. O resultado combinado do Tesouro Nacional, Banco Central e
Previdência Social em novembro ficou negativo em R$ 21,3 bilhões, o pior já
registrado na série histórica para todos os meses, iniciada em 1997.
A receita líquida no penúltimo
mês do ano despencou 11,1% em relação ao mesmo intervalo de 2014, em termos
nominais, enquanto a despesa cresceu 5,9%, na mesma base de comparação, de
acordo com dados divulgados nesta segunda-feira.
No acumulado do ano, o rombo foi
de R$ 54,3 bilhões, o equivalente a 1% do Produto Interno Bruto (PIB). Esse
dado é superior ao deficit somado em 12 meses, de R$ 53,3 bilhões, ou 0,9% do
PIB. Nunca antes na história desse país um governo teve um resultado tão ruim
desde 1997, quando houve a estabilização da economia com o Plano Real e se
instituiu um regime mais responsável no controle dos gastos públicos.
A receita líquida do governo
central somada em 11 meses teve alta nominal de 1,3% na comparação com o mesmo
período de 2014. Enquanto isso, os gastos cresceram quase cinco vezes mais:
5,2%.
Fora da meta
Para piorar, o governo central
sequer conseguiu cumprir a meta fiscal deste ano, que foi reduzida para deficit
de R$ 51,8 bilhões. Esse valor, somado ao resultado dos governos regionais e ao
pagamento de R$ 57 bilhões das pedaladas (atrasos dos pagamentos aos bancos
públicos) do Orçamento de 2014, chega a um rombo de até R$ 119,9 bilhões em
2015.
No ano o Tesouro Nacional teve
superavit primário (economia para o pagamento dos juros da dívida pública) de
R$ 35,1 bilhões, queda nominal de 13% em relação ao saldo positivo de R$ 40,4
bilhões. Esse dado não foi suficiente para cobrir o rombo da Previdência Social
- de R$ 88,8 bilhões no acumulado em 11 meses, volume 52% superior ao
registrado no ano passado. O deficit do Banco Central foi de R$ 570,1 milhões.
Correio Braziliense
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