Saiu hoje (28) a aprovação do registro
da primeira vacina contra a dengue no Brasil: a Dengvaxia, da francesa Sanofi
Pasteur. Embora liberada para comercialização pela Agência Nacional de
Vigilância Sanitária (Anvisa), ainda falta a Câmara de Regulação do Mercado de
Medicamentos definir o valor de cada dose, processo que dura em média três
meses, mas não tem prazo máximo.
Inicialmente, o medicamento será disponibilizado para a
rede particular de laboratórios. Definido o preço, a Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias no SUS vai avaliar se vale a pena incorporar o
produto ao sistema público de imunizações. O governo vai avaliar custo,
efetividade e impactos epidemiológico e orçamentário da incoporação da vacina
ao Sistema Único de Saúde.
A vacina é
indicada para pessoas entre 9 e 45 anos e protege contra os quatro tipos do
vírus da dengue. A promessa do fabricante é de proteção de 93% contra casos
graves da doença, redução de 80% das internações e eficácia global de 66%
contra todos os tipos do vírus. O medicamento deve começar a ser vendido no
país no primeiro semestre de 2016 e a capacidade de produção do laboratório é
de 100 milhões de doses por ano.
O imunizante
deve ser aplicado em três doses, com intervalos de seis meses, porém, de acordo
com a diretora médica da Sanofi, Sheila Homsani, a partir da primeira dose o
produto protege quase 70% das pessoas. “A vacina tem eficácia a partir da
primeira dose, protegendo em torno de 70% dos imunizados. A necessidade das
outras doses vem porque a proteção vai caindo com o tempo, não se mantém sem as
outras duas. A proteção só se mantém por muitos anos quando se tomam as três
doses”, explicou Sheila.
No começo
deste mês, o México foi o primeiro país a registrar a vacina contra a dengue da
Sanofi, por enquanto, a única registrada no mundo. Em seguida o produto teve
liberação nas Filipinas. O Brasil é o terceiro país a ter o registro do
imunizante. O desenvolvimento clínico do produto envolveu mais de 20 estudos, e
mais de 40 mil participantes, entre crianças, adolescentes e adultos, em 15
países.
Dados do
Ministério da Saúde mostram que até a primeira semana de dezembro, 839 pessoas
morreram em decorrência da dengue, um aumento de 80% em relação a 2014.
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