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Plenárias
Temáticas. Foto: Paula
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“Me
representa!”, gritou a plenária final da 10ª Conferência Nacional dos Direitos
da Criança e do Adolescente (CNDCA), refletindo o tom do encontro, que acontece
em Brasília desde domingo (24). Quase quinhentos delegados crianças e
adolescentes demonstraram que o protagonismo do segmento é possível e
contribuiu para a elaboração de políticas públicas.
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Plenárias
Temáticas. Foto: Paula
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Rodrigo
Torres, secretário Nacional de Promoção dos Direitos da Criança e do
Adolescente destacou o caráter histórico da conferência, com representação
recorde de crianças e adolescentes, um terço dos 1400 delegados. “A gente
provou aqui que vale a pena investir no protagonismo e na participação de
crianças e adolescentes, este é o principal legado e a principal conquista
dessa conferência”, disse, na mesa de encerramento.
Salete
Valesan Camba, diretora da Flacso Brasil, lembrou que a organização
participou da elaboração doECA e “hoje está lutando pela defesa e garantia
dos direitos de cada criança e adolescente”. “Vocês conquistaram um espaço”,
disse. “Não vamos abrir mão de conviver com as outras áreas de direitos
humanos, vamos ficar cada vez mais juntos e lutar juntos”, concluiu.
A
assembleia votou 66 propostas, resultado das onze Plenárias Temáticas – seis
para delegados adultos, quatro para adolescentes e um grupo de trabalho de
crianças – e três Plenárias de Eixos, que discutiram Reforma Política dos
Conselhos de DCA, Construção e implementação do Plano Decenal e Política
Nacional dos DCA.
As
crianças delegadas quebraram o ritmo tradicional de votação e levaram para o
palco da plenária um grande mosaico representando suas propostas, “que
significam o que a gente quer para o futuro, para o plano decenal e para os
nossos direitos”, explicou Flávio. “Tem muita criança lá fora que poderia estar
aqui, mas elas não sabem nem que os direitos delas existem”, argumentou o
menino sobre a proposta de maior divulgação do ECA. “O meu desenho é uma
criança ensinando para um adulto o que é o ECA”, contou Maria Eduarda, de
11 anos.
A
plenária aprovou quase 60 propostas. Entre elas:
Assegurar
e efetivar a participação de crianças e adolescentes nos Conselhos de Direito,
com voz, voto e garantia de acessibilidade; Incentivar a formação política e o
estudo do ECA e da Constituição Federal;
Disseminar
através das redes de ensino a importância da participação de crianças e
adolescentes nos espaços de incidência política;
Promover
a articulação entre os Conselhos Municipais, Estaduais e Nacional de DCA,
para formular e deliberar uma política pública integrada;
Articular
com o Ministério Público a criação e regulamentação do Fundo da Infância e
Adolescência (FIA) nos municípios onde não existe;
Elaboração
de um plano orçamentário que estabeleça e implemente recursos financeiros para
o Fundo da Infância e Adolescência (FIA); por meio de lei federal, incluir como
condicionante de licenciamento e implementação de grandes projetos de
mineração, hidrelétricas, madeireiras, entre outros, depósitos anuais pela
empresa responsável de 5% de todas as condicionantes no FIA dos municípios
impactados pelo projeto;
Garantir
a inclusão do estudo dos direitos humanos de crianças e adolescentes no
currículo escolar;
Criar um
plano nacional de erradicação da violência letal contra crianças e adolescentes,
priorizando a criação imediata de comitês a favor da desmilitarização da
Polícia Militar com a participação de crianças e adolescentes, com voz e voto;
entre outras.
A
plenária terminou com o samba do Bloco Eureca, um projeto do Movimento Nacional
de Meninos e Meninas de Rua. Os adolescentes levaram um bandeirão,
confeccionado durante a conferência, representando suas causas e lutas. “Não é
questão de querer, nem de concordar, os direitos da criança e do adolescente
todos têm que respeitar”, cantaram.
· Agora,
é contar que as propostas da 10ª Conferência Nacional DCA sejam respeitadas
pelo Estado (governos e poderes públicos federal, estaduais e municipais) e
sociedade, o que francamente será muito difícil num provável governo “temer”,
que se avizinha...
· Tem
a bancada “bbb” (da ‘bala, da bíblia, do boi...”) e o neo-liberalismo de ataque
direto às políticas de assistência social...
· E
aqui em Açailândia do Maranhão, como serão tratadas estas propostas aprovadas
na 10ª Conferência?
(Eduardo
Hirata)
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